Uma peça de teatro - premiada pela FUNARTE em 2003 - que utiliza ferramentas completamente distintas: situada na contemporaneidade e na região de origem do autor, seu sentido aponta para um diálogo com uma realidade de extrema violência – violência gratuita, banal, recorrente, inescapável. A ação de Noite Maldormida se passa em um único local (a casa de um soldado do Corpo de Bombeiros) onde faz-se uso de drogas compulsivamente, onde tristes situações sexuais se instauram, onde a agressão mútua se repete com uma insistência exasperante. Em uma mesma e longa noite, os personagens – perdidos, angustiados – caminham sem chances para paroxismos de brutalidade. A ação é repetitiva, muitas vezes circular, absolutamente obsessiva – como que traduzindo o estado de espírito de indivíduos que não conseguem escapar de si mesmos.